Daspu : Elas também podem

Não devendo nada as grandes grifes em relação a criatividade, irreverência e é claro polêmica, algumas prostitutas do Rio de Janeiro, integrantes da ONG Davida, começaram a divulgar sua grife própria, carinhosamente intitulada Daspu, trocadilho óbvio com a butique de luxo paulistana. Em entrevista, a ex-prostituta Gabriela Leite, criadora do projeto diz que a idéia da grife surgiu para colaborar com os projetos da ONG, rendendo dinheiro para outros projetos. Em uma reunião no dia do aniversário da instituição surgiu a idéia, uma das participantes falou “Daspu!” e a grife então foi batizada. Além da sustentabilidade da ONG as prostituas procuram com a grife lutar contra o estigma e o preconceito.
Hoje o projeto conta com o trabalho de 22 mulheres, e na opinião da coordenadora, o envolvimento das prostitutas com a grife ajuda na auto-estima “porque uma moda que sempre foi considerada no imaginário das pessoas, inclusive de nós mesmas, como um estereótipo de puta, é hoje uma moda que estamos colocando para cima”. Os modelos são desenvolvidos e confeccionados pelas colaboradoras com o apoio da equipe da Davida. Elas também desenvolvem três modelos de camiseta Daspu, Prazeres da Vida (bloco de carnaval) e Beijo da Rua ( jornal da ong).
Todas as peças são inspiradas na moda das prostitutas. Algumas das pessoas da ong desenham os modelos para as prostitutas principalmente àquelas que trabalham nas boates fazendo assim com que a maioria dos modelos sejam exclusivos. A grife tem a linha batalha, que são as roupas de trabalho das prostitutas; linha laser com biquínis, cangas, batas; linha ativismo com as camisetas; e a linha folia com roupas para carnaval.
Apesar da ameaça de processo feita pela Daslu, a grife não mudou seu nome e também afirma que não recebeu nenhuma notificação oficial.
No primeiro desfile, no fim do ano passado a aceitabilidade da grife foi muito boa. “Havia um público grande querendo comprar roupas Daspu, muitos jornalistas e fotógrafos e um grande apoio de todas as pessoas que por lá passavam. Ficamos muito emocionados porque as prostitutas não estavam com medo de aparecer em fotos e notícias de jornal e o público em geral estava com muito carinho pelo que estamos fazendo”.Diz Gabriela. Após o lançamento a grife o projeto se fortificou, elas pretendem lançar novas grifes e participar de desfiles com outras grifes, tipo Fashion Rio, Mercado Mundo Mix entre outros.
Para mais informações viste www.daspu.com.br